Sentimentos De Um Viver
A vida é uma
imensidão de nada que nos cobre em nós mesmos e nos afaga as lágrimas. A vida é
um nada preenchido pelo todo que nos consome a cada tentativa de fugir do
irreal. A vida olha por nós sem termos de olhar para ela. E agora? Agora que
pensamos demais para a podermos sequer apreciar… Será que é agora que a vida
nos quer abandonar nos infortúnios tecidos pelo destino?
Refletimos demasiado
no paradoxo de emoções que nos acompanha sem sequer se descolar. E refletimos
para nos tentarmos descolar dessa assombração que nos afeta a racionalidade. Mas,
no entanto, não percebemos que somos diferentes porque sentimos. Pintamos o
sentimento como se se tratasse de um monstro horrendo quando, na verdade,
sentir é como saborear o som das ondas calmas do mar.
Ondulante, o
sentimento, tem o poder de nos elevar a alma até ao infinito sem nunca se
cansar. Harmonioso, o sentir, canta-nos na mente para atenuar o pensamento tão
racional. Subtil, percorre-nos a pele para nos relembrar de sempre o recordar.
Belo, este sentimento, sugere-nos que a vida nos acompanha. Estonteante,
marca-nos avisando que não nos abandona sem que nós queiramos abandona-lo
primeiro.
Esta é a vida. A vida
que se apaga em si mesma quando não é acompanhada de sentimento. Para apreciar
a vida é necessário não olha-la mas sim senti-la para que percebamos todas as
suas alegrias e tristezas. E isto é tudo o que a vida nos pede, que a sintamos
em pleno sem a ideia de escaparmos da mesma.
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