Viver de sonhos
Amar torna-se difícil
quando todos repugnam o amor com o seu ódio. Amar é difícil se permitirmos que
o ódio ocupe o mesmo lugar que o amor no coração. Mas odiar é tão difícil como
amar.
O amor é o que nos dá
o prazer que a vida nos deveria dar, e o ódio é apenas o que equilibra o
essencial. Achamos que tudo o que não nos dá o prazer que queremos é terrível,
mas não percebemos que é isso viver.
A vida é uma luta
porque assim o encaramos não percebendo que todos estes paradoxos emocionais são
necessários para termos uma bela vida. Uma bela vida não significa
necessariamente possuirmos tudo o que sonhamos. Contudo, significa de certeza,
que somos incríveis o suficiente para conseguirmos sonhar e nada é melhor do
que tal coisa.
Sonhar impulsiona a
vida, bombeia no nosso sangue e transporta-nos para o mundo que nunca
conheceríamos se não percebêssemos o conceito “sonhar”. Sonhar cansa os nossos
problemas tornando-os, talvez, mais fáceis de enfrentar.
E acho que não existe
nada que nos dê tantas oportunidades como o sonho é capaz de dar. É,
provavelmente, a única emoção que decide não nos abandonar quando tudo já está
abandonado. Porém, enganamo-nos quando dizemos que sonhar é viver. Penso que a
forma correta de o dizer talvez seja: viver é sonhar.
Vivemos para o sonho
com o receio de nunca mais o experimentarmos. E como se pode reparar vivemos
para tudo menos para a vida, que tanto sonha ser vivida.
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