Maldade Cega
Cega-me com teu sal
para que não observe tudo isto que corre em torno do Mundo. Cega-me, mar, para
que não sinta com o olhar tal catástrofe.
Arrefece-me a ira com
tua água gelada, apenas, para não explodir de pensamentos indignos. Arrefece-me
o temperamento para o bem de todos.
Como se atrevem pequenos
seres racionais a desafiar o Oceano, a desafiar o Universo? Como se atrevem a
testar todo o possível e impossível nas tuas marés para depois se lamuriarem
alegando que nada fizeram para merecer tal mal. Tal mal, é fruto do ser humano
que tão cego é que nem se apercebe do mal que comete em si mesmo.
Ceguem-me para que
não possa sentir os efeitos da ira do mar perante toda esta hipocrisia.
Hipocrisia essa nascida deste ser que ao invés de usar a sua bondade, busca
sempre aquilo que não tem.
Roubem-me o tacto,
para que não sinta. Roubem-me o olfato, para não cheirar o esgoto que são as
guerras. Roubem-me os sentidos, para que mais não sinta que o ser humano é algo
monstruoso. Roubem-me tudo, menos o pensamento que sempre esperará o melhor da
raça humana.
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