Melodias Sentidas

Melodias descoordenadas que me atrapalham as sensações é o que me borbulha na mente. Melodias que se juntam com os pensamentos e impedem que sinta a Natureza na sua essência. E a dificuldade é o que cresce, a dificuldade em sentir apenas e sem desejos de racionalizar o que não é racionável. 
Lá fora a chuva mostra-me a facilidade em fluir ora intensamente ora calmamente mas sempre a fluir. E eu espreito-a com curiosidade para aprender com a sua sabedoria. Quem diria que a grande sabedoria está naquilo que não se pensa. Sento-me observando atentamente para descobrir o segredo de tanta inteligência que não se pensa mas que se sente, dando por mim a aprender com a chuva. Apenas usando as minhas sensações em pleno sem pensar ou questionar. 
Ao olhar apercebo-me da sintonia com que toda a Natureza funciona. As árvores dançam ao som do vento e as folhas bebem a pureza da água que cai do céu. A Terra recebe todo o amor emanado à sua superfície. As nuvens balançam-se espalhando a alegria que sentem pelo céu as possuir. E o sol, eu não o vejo, mas sinto-o a olhar-me com compaixão por ter percebido a Natureza. 
Atingi o auge da vida ao perceber que pensar não é tudo o que há disponível para o ser humano. É tudo muito mais complexo que isso, é tudo melhor que isso quando nos apercebemos que o auge e a sabedoria estão mesmo à nossa frente e só precisamos de os agarrar e sentir sem a necessidade de um qualquer pensamento.