Contrastes Dolorosos
A realidade é o que nos mata por dentro. É o que nos faz
viver a morte da vida tão definitivamente que chegamos a pensar estar num
qualquer mundo apocalíptico. Cuspimos sentimentos como se de uma qualquer banalidade
se pudesse tratar. Rasgamos a réstia de coragem do outro com uma simples
palavra. Fazemos tudo isso e achamos que é a realidade que nos está a matar.
Pois bem, a realidade somos Nós. E logicamente o Nós não tem sido mais do que
um Eu egoísta que apenas se disfarça para não se expor. O real dói. Viver dói.
Morrer é que não.
Tudo dói até aprendermos a lidar com a simples palavra dor. Essa
que nos causa tanta estranheza no ouvido. Sim, é essa mesma palavra que nos
pode salvar de si própria. Duvido que exista um qualquer mecanismo de salvação
que possa ser comum a todos. A salvação depende da estranheza que o som provoca
no cérebro de cada um. Quanto mais desconhecida for esta melodia, mais
precisamos de a conhecer. A dor é a ponte que nos levará ao belo. E digam-me, qual
é o ser humano que não quer conhecer o belo?
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